O que pode causar uma epilepsia?
A epilepsia trata-se de uma doença crônica caracterizada por crises epilépticas recorrentes. Esta doença foi marginalizada no passado, uma vez vista como uma forma de insanidade e até mesmo como resultado de interferência espiritual, como possessão demoníaca. Essa informação é importante porque ainda hoje nas clínicas ouve-se com frequência tais comentários.
No entanto, a epilepsia é uma das doenças neurológicas crônicas mais comuns que afetam a população mundial, com uma frequência que varia de 30 a 50 novos casos por 100.000 pessoas.
O rápido reconhecimento da doença, as crises e o diagnóstico correto permitem o tratamento precoce e o paciente pode retomar suas atividades diárias com alta qualidade de vida.
O que é epilepsia?
É uma doença caracterizada por uma predisposição recorrente a crises epilépticas. É uma doença com consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais.
Ao contrário de uma crise epiléptica, uma crise epiléptica é um início transitório de sinais e sintomas causados por atividade neural excessiva ou síncrona no cérebro, com duração variável, geralmente segundos a minutos.

De acordo com a Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE), existem 2 tipos de definições de epilepsia: uma é científica e a outra é operacional. A definição operacional sugere que a doença é caracterizada por:
- Pelo menos 2 crises não provocadas ou 2 crises reflexas com mais de 24 horas de intervalo.
- Crise não provocada ou crise reflexa estimada em pelo menos 60% dos novos casos de crise. Alterações estruturais na ressonância magnética cerebral e/ou eletroencefalograma podem indicar essa recorrência.
- Diagnóstico da síndrome epiléptica.
Sintomas
Existem vários tipos de crises epilépticas, cada uma com características próprias. A mais comum é uma convulsão tônico-clônica chamada convulsão. Nesse tipo de crise, o paciente apresenta espasmos musculares generalizados, salivação excessiva, mordedura frequente da língua e incontinência urinária e fecal.
Outros tipos de convulsões têm manifestações muito mais sutis, como mudanças de comportamento, olhar fixo e movimentos automáticos.
As crises de ausência são comuns em crianças, nas quais há uma breve interrupção na atividade que a criança estava fazendo, às vezes associada a piscar ou movimentos automáticos das mãos.
Essas crises podem ocorrer várias vezes no mesmo dia e não são facilmente reconhecidas, geralmente quando a criança começa a apresentar piora no desempenho escolar, geralmente indicada pelo professor da escola.
Causas da epilepsia
A epilepsia pode ter diferentes causas. Em crianças, por exemplo, está associada a anóxia neonatal e problemas metabólicos inatos. Nos idosos, as doenças cerebrovasculares e os tumores cerebrais estão entre as causas mais comuns.
As causas da epilepsia podem ser divididas em 3 categorias:
- Genética: quando a epilepsia é consequência direta de um problema genético conhecido ou suspeito, em que as convulsões são o principal sintoma da doença.
- Estrutural/metabólico: na presença de uma determinada condição metabólica ou doença associada a um risco significativamente aumentado de desenvolver epilepsia. Lesões estruturais podem causar acidente vascular cerebral, trauma e infecção.
- Causa Desconhecida: Esta é uma forma neutra de indicar que a natureza da causa subjacente ainda é desconhecida; pode ser um defeito genético fundamental, ou pode ser o resultado de uma doença separada ainda não reconhecida. Isso representa uma porcentagem muito significativa de casos.
Tratamentos disponíveis
As convulsões podem ser tratadas com medicamentos especiais chamados antiepilépticos, que controlam os sintomas em pelo menos dois terços dos pacientes com a doença.
Pacientes que não conseguem controlar seus sintomas com medicação podem seguir uma dieta cetogênica e, em casos mais graves, cirurgia.
A neuromodulação, que estimula o cérebro e os nervos periféricos, também pode ser uma opção terapêutica em pacientes com epilepsia de difícil controle.
O canabidiol derivado das folhas de maconha também pode ser utilizado com bons resultados no tratamento desta doença. Vale lembrar que o canabidiol não tem efeito psicoativo, portanto é seguro tanto para adultos quanto para crianças.
A maioria dos pacientes controla suas crises com tratamento farmacológico e logo retorna à vida normal sem maiores restrições.
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