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Aicmofobia: quando temos medo de injeção

O momento de tomar vacina ou de tirar sangue pode ser muito desafiador para a maioria das pessoas. Isso porque, de acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, entre 10 pacientes pelo menos um tem medo irracional ou excessivo de agulhas, mais conhecido pelo nome de aicmofobia.   

Embora esse pânico seja muito associado às crianças, ele também afeta bastante os adultos, fazendo inclusive com que alguns desmaiem ou tenham crises de ansiedade ao ter que lidar com situações que envolvam agulhas ou outros instrumentos pontiagudos.

Por isso, no treinamento médico é importante preparar os profissionais da saúde para saber como adotar uma postura humanizada que ajude no alívio dos sintomas da aicmofobia. A seguir, trouxemos uma série de dicas que podem ser essenciais na hora de atender esse tipo de paciente. Confira! 

Quais são os principais sintomas da aicmofobia?

Além do desconforto ao ficar perto de injeções e de objetos pontiagudos, a aicmofobia também provoca o aparecimento de sintomas físicos e psicológicos no organismo dos pacientes, como tremores nas pernas e mãos, sensação de desmaio ou taquicardia.

Nos casos mais extremos também existe a chance de que essa fobia leve a pessoa a desenvolver o pânico de outras situações ligadas à área da saúde, como o medo de ir ao dentista, visitar hospitais ou de ver sangue, comprometendo assim até mesmo as atividades diárias e relações sociais do indivíduo.      

Como ajudar os pacientes com aicmofobia?

Por mais que pareça complexo, é possível tratar o medo de agulhas a partir de técnicas simples que ajudam o paciente a enfrentar as situações, sem que o corpo desencadeie reações físicas ou psicológicas.

Mas, a escolha do tratamento adequado vai depender do grau de fobia do paciente, pois enquanto alguns superam o medo apenas com o controle da respiração, outros precisarão de um acompanhamento psicológico. Na sequência, você encontra algumas estratégias usadas para superar a aicmofobia. Veja quais são! 

1. Preparar um ambiente especial para quem tem aicmofobia

Antes de fazer um exame de sangue ou de tomar vacina, quem tem aicmofobia deve informar aos profissionais de saúde que realizarão o atendimento do seu medo excessivo por agulhas. Dessa forma, a equipe estará preparada para lidar com qualquer resposta inesperada do corpo estimulada pela fobia.  

Em alguns casos, as instituições costumam até ter salas individuais para o atendimento de pacientes com esse tipo de problema, evitando assim que a exposição ao público deixe-os ainda mais ansiosos e aflitos com o procedimento. 

2. Utilizar técnicas de respiração

As técnicas de respiração profunda também são muito recomendadas para os pacientes com aicmofobia, pois elas regularizam o ritmo da entrada e da saída de oxigênio no organismo, trazendo relaxamento ao paciente que receberá a injeção.

Sem contar que esse tipo de estratégia ainda pode incentivá-lo a aprender como lidar com situações de medo e ansiedade, sem depender de estímulos externos para controlar suas emoções.

3. Manter a atenção em um foco específico

Muitas vezes, o medo excessivo e irracional de agulhas está ligado a lembranças de episódios dolorosos e assustadores com objetos pontiagudos, inclusive que aconteceram no período da infância.

Por isso, uma das formas de vencer a aicmofobia é desviando a atenção dessas recordações. Como nossa concentração é seletiva, esse processo é alcançado tanto mantendo o foco em um ponto específico da sala, onde ocorrerá o contato com a agulha, quanto trazendo na cabeça memórias positivas já vivenciadas. 

4. Evitar que os equipamentos fiquem no campo de visão do paciente

Se o desconforto com as agulhas e injeções ocorre até mesmo pela mera recordação dos objetos, como não reagirá um paciente com aicmofobia ao se deparar com esses instrumentos espalhados pela sala de atendimento? Nesse sentido, qualquer cuidado é pouco!

Então, o mais indicado é deixar todos os materiais pontiagudos fora do campo de visão dos pacientes de modo a atenuar as reações provocadas pela fobia e diminuir as chances de um estado de tensão antes da realização do procedimento.

5. Realizar um atendimento humanizado

Para quem tem aicmofobia, tudo pode ser um elemento agravante do medo irracional de agulhas, desde a postura adotada pelos profissionais na hora do atendimento até o tempo de espera na sala da recepção.

Portanto, a equipe de saúde deve trabalhar, ao máximo, em prol de amenizar as reações desse paciente, fazendo com que ele tenha uma experiência positiva com os procedimentos que o deixam tão ansioso. Por isso, é indispensável que a postura de todos os profissionais transpareça compreensão, simpatia e segurança.

6. Indicar acompanhamento psicológico

Em geral, o medo é um sentimento comum na vida dos seres humanos, mas se ele afeta a qualidade de vida de uma pessoa, impedindo-a, por exemplo, de cuidar da sua saúde, então é melhor que ela procure ajuda especializada para aprender a lidar com esse problema.

No caso da aicmofobia, a terapia cognitiva-comportamental é a mais recomendada, já que trabalha a interpretação de acontecimentos, ensinando aos pacientes como identificar e gerenciar as sensações que os fatos do dia a dia podem provocar no pensamento e no seu corpo. 

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